Giovanna
Ramos, mãe de Artur Ramos, menino de 2 anos morto em Tabira, publicou um vídeo
nas redes sociais na tarde desta terça-feira (18) se pronunciando sobre o
inquérito da Polícia Civil da morte da criança. O documento foi enviado para o
Ministério Público de Pernambuco, que pediu novas investigações sobre a mulher.
O promotor
de Justiça Rennan Fernandes de Souza disse que a complexidade dos fatos exigiu
que as investigações fossem ampliadas, porque são essenciais para desvendar
todos os detalhes do crime e assegurar que todos os envolvidos sejam
responsabilizados.
Arthur Ramos
vivia com o casal Antônio Lopes Severo e Giselda da Silva Andrade em Tabira, no
Sertão de Pernambuco. A mãe da criança havia deixado o menino sob os cuidados
da dupla para trabalhar no estado da Paraíba. O crime aconteceu no dia 16 de
fevereiro, quando o menino foi socorrido para um hospital com diversos
ferimentos no corpo.
A dupla foi
presa pela polícia dois dias depois do crime na Zona Rural de Carnaíba, também
no Sertão. No trajeto da delegacia, pessoas cercaram uma das viaturas e
conseguiram linchar Antônio.
A causa da
morte da criança, que foi encontrada com diversos ferimentos pelo corpo, ainda
não confirmada.
“Eu irei até
o fim. Quero saber de todas as investigações, até a minha, a de quem
participava constantemente na casa de Giselda [...] eu quero respostas. Depois
de ontem que ‘vieram’ falar que ia ser arquivado [o inquérito], resolveram
reabrir. Graças a Deus! Minha consciência está limpa. […] Justiça pelo Arthur
Ramos do Nascimento”, publicou Giovanna nas redes sociais.
Inquérito
policial
O inquérito
do assassinato de Arthur Ramos havia sido encerrado pela Polícia Civil e
enviado para o Ministério Público de Pernambuco na segunda (17). Nele, foram
indiciados por homicídio Antônio “Frajola” Lopes Severo, de 42 anos, que foi
linchado pela população após ser preso, e Giselda da Silva Andrade, de 30.
O MPPE
decidiu, nesta terça-feira (18), devolvê-lo à Polícia Civil para que novas
investigações sejam feitas e apurar a possibilidade do envolvimento de Giovanna
no crime.
O MPPE disse
que no contexto das investigações relacionadas ao caso de Arthur Ramos, os
trâmites continuam em fase de apuração intensiva para concluir totalmente as
motivações e as circunstâncias do crime, “bem como investiga a participação da
genitora no caso”.
Prisão
dos suspeitos e linchamento
Giselda da
Silva Andrade e Antônio Lopes, conhecido por "Frajola", eram
responsáveis por cuidar da vítima na ausência da mãe. Eles foram presos na zona
rural de Carnaíba em 18 de fevereiro. Na chegada à delegacia, populares
lincharam o suspeito, que foi levado ao hospital e morreu.
Imagens
divulgadas nas redes sociais mostram uma multidão de pessoas pelas ruas. Um
grande grupo de moradores retirou Antônio Lopes da equipe policial e passou a
linchar o suspeito, um pouco antes de chegarem à delegacia. O homem foi
socorrido, mas morreu na unidade hospitalar.
Giselda foi
levada para a delegacia de Afogados da Ingazeira, no Sertão, há 22 km de
Tabira. Ela passou por audiência de custódia e foi encaminhada para um
presídio. O local onde ela está presa não foi divulgado pela Polícia Civil.
A Secretaria
de Defesa Social de Pernambuco disse que a Corregedoria Geral tomou
conhecimento da ocorrência de linchamento. Um inquérito foi instaurado para uma
investigação preliminar para apurar a conduta dos policiais.
Sobre o
linchamento, a Polícia Civil disse que as diligências estão em curso e outras
informações não podem ser repassadas no momento.