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Mãe de Arthur Ramos, menino de 2 anos morto em Tabira, se pronuncia sobre devolução do inquérito à polícia: ‘Eu quero repostas’

Publicada em: 19/03/2025 08:36 - Noticias

Giovanna Ramos, mãe de Artur Ramos, menino de 2 anos morto em Tabira, publicou um vídeo nas redes sociais na tarde desta terça-feira (18) se pronunciando sobre o inquérito da Polícia Civil da morte da criança. O documento foi enviado para o Ministério Público de Pernambuco, que pediu novas investigações sobre a mulher.

O promotor de Justiça Rennan Fernandes de Souza disse que a complexidade dos fatos exigiu que as investigações fossem ampliadas, porque são essenciais para desvendar todos os detalhes do crime e assegurar que todos os envolvidos sejam responsabilizados.

Arthur Ramos vivia com o casal Antônio Lopes Severo e Giselda da Silva Andrade em Tabira, no Sertão de Pernambuco. A mãe da criança havia deixado o menino sob os cuidados da dupla para trabalhar no estado da Paraíba. O crime aconteceu no dia 16 de fevereiro, quando o menino foi socorrido para um hospital com diversos ferimentos no corpo.

A dupla foi presa pela polícia dois dias depois do crime na Zona Rural de Carnaíba, também no Sertão. No trajeto da delegacia, pessoas cercaram uma das viaturas e conseguiram linchar Antônio.

A causa da morte da criança, que foi encontrada com diversos ferimentos pelo corpo, ainda não confirmada.

“Eu irei até o fim. Quero saber de todas as investigações, até a minha, a de quem participava constantemente na casa de Giselda [...] eu quero respostas. Depois de ontem que ‘vieram’ falar que ia ser arquivado [o inquérito], resolveram reabrir. Graças a Deus! Minha consciência está limpa. […] Justiça pelo Arthur Ramos do Nascimento”, publicou Giovanna nas redes sociais.

Inquérito policial

O inquérito do assassinato de Arthur Ramos havia sido encerrado pela Polícia Civil e enviado para o Ministério Público de Pernambuco na segunda (17). Nele, foram indiciados por homicídio Antônio “Frajola” Lopes Severo, de 42 anos, que foi linchado pela população após ser preso, e Giselda da Silva Andrade, de 30.

O MPPE decidiu, nesta terça-feira (18), devolvê-lo à Polícia Civil para que novas investigações sejam feitas e apurar a possibilidade do envolvimento de Giovanna no crime.

O MPPE disse que no contexto das investigações relacionadas ao caso de Arthur Ramos, os trâmites continuam em fase de apuração intensiva para concluir totalmente as motivações e as circunstâncias do crime, “bem como investiga a participação da genitora no caso”.

Prisão dos suspeitos e linchamento

Giselda da Silva Andrade e Antônio Lopes, conhecido por "Frajola", eram responsáveis por cuidar da vítima na ausência da mãe. Eles foram presos na zona rural de Carnaíba em 18 de fevereiro. Na chegada à delegacia, populares lincharam o suspeito, que foi levado ao hospital e morreu.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram uma multidão de pessoas pelas ruas. Um grande grupo de moradores retirou Antônio Lopes da equipe policial e passou a linchar o suspeito, um pouco antes de chegarem à delegacia. O homem foi socorrido, mas morreu na unidade hospitalar.

Giselda foi levada para a delegacia de Afogados da Ingazeira, no Sertão, há 22 km de Tabira. Ela passou por audiência de custódia e foi encaminhada para um presídio. O local onde ela está presa não foi divulgado pela Polícia Civil.

A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco disse que a Corregedoria Geral tomou conhecimento da ocorrência de linchamento. Um inquérito foi instaurado para uma investigação preliminar para apurar a conduta dos policiais.

Sobre o linchamento, a Polícia Civil disse que as diligências estão em curso e outras informações não podem ser repassadas no momento.

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