O período
carnavalesco, em Pernambuco, teve 57 pessoas assassinadas em seis dias, entre
27 de fevereiro e 4 de março. Mesmo assim, segundo o secretário estadual de
Defesa Social, Alessandro Carvalho, o carnaval foi o "mais seguro da
história", com o menor número de homicídios desde 2004.
Nos dias de
festa, houve casos graves de violência, como a morte de um homem após o desfile
do Galo da Madrugada, no Recife, e um tiroteio que deixou sete feridos durante
o show de João Gomes na Praça do Carmo, em Olinda.
"O
balanço é muito positivo. Nós fizemos o carnaval mais seguro da história de
Pernambuco, o menor número de homicídios nos últimos 22 anos. Desde 2004, não
havia um número tão baixo de homicídios", comentou o secretário em
entrevista à TV Globo.
Para
Alessandro Carvalho, não houve falhas de segurança nos casos registrados no
Recife e em Olinda.
"Não
considero que seja falha de segurança. No caso do Galo, já tinha passado os
trios, era um momento de dispersão [...]. Em Olinda, a polícia estava do lado,
só que era uma quantidade de pessoas muito grande, um criminoso se infiltrou e
realizou os disparos", afirmou.
As
declarações foram dadas durante uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (6)
sobre o balanço das ações do governo do estado no carnaval.
O primeiro
caso aconteceu no Sábado de Zé Pereira (1º), na Avenida Sul. João Amâncio Neto,
de 32 anos, foi baleado por um homem depois de esbarrar acidentalmente na
companheira dele. Outra pessoa foi atingida pelos disparos e ficou ferida. A
família da vítima disse que, após atirar, o criminoso se identificou como
policial e liberado pela Polícia Militar.
De acordo
com o secretário Alessandro Carvalho, o crime segue sob investigação da Polícia
Civil e da Corregedoria da SDS. O atirador ainda não foi identificado.
"Essa
versão está sendo checada, de que houve a abordagem dessa pessoa que teria
feito o disparo. Estão presumindo que foi um policial. Nós estamos trabalhando
para identificar qual foi essa patrulha que fez a abordagem. E, sendo policial
ou não, isso não faz diferença alguma. Digo até mais: a obrigação é ainda
maior, nossa, de dar a resposta", disse.
Sobre o
tiroteio ocorrido no encerramento do carnaval de Olinda, o secretário falou que
o caso é tratado "com prioridade" e informou que a Polícia Civil está
analisando as imagens gravadas por testemunhas e por câmeras de segurança no
local. O criminoso também foi localizado.
"Estamos
tentando entender a dinâmica. [...] Muitas pessoas que estavam no show não
chegaram nem a ouvir os disparos de arma de fogo. O cantor que se apresentava
mandou parar o show porque abriu uma clareira. Mas nem os disparos, muitos não
ouviram. A Polícia Militar já se encontrava no local, de imediato, tentou
identificar quem realizou os disparos, não conseguiu e passou a prestar socorro
às vítimas", afirmou o secretário.
Mais de 50
homicídios
Segundo
balanço da SDS, o estado registrou 57 homicídios durante o carnaval. O número,
de acordo com a pasta, indica uma redução de 14,9% em comparação com o mesmo
período no ano passado, quando foram notificados 67 assassinatos.
Esse foi o
menor quantitativo registrado pelo estado no carnaval desde 2004, conforme a
SDS. A quantidade de roubos também diminuiu, segundo o órgão. Foram 168 casos
em 2024 e 159 neste ano, o que representa uma queda de 5,4%
Houve
redução, ainda, no número de ocorrências relacionadas à violência contra a
mulher. No carnaval passado, a polícia registrou 677 denúncias. Em 2025, foram
496. Uma queda de 27%. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES), 16
mulheres foram atendidas em unidades hospitalares após serem vítimas de
violência sexual.
"A
Operação Carnaval é a maior operação, para a Secretaria de Defesa Social, em
segurança. E conseguimos fechar ela com sucesso", declarou o secretário
Alessandro Carvalho durante o evento nesta quinta (6).
O governo do
estado informou que investiu mais de R$ 39 milhões no carnaval, incluindo ações
de segurança, turismo e saúde, além de programações culturais.
De acordo
com a Secretaria de Turismo, a estimativa é que a festa tenha gerado uma
movimentação econômica de R$ 3,3 bilhões. Só em Olinda e no Recife, mais de 7,5
milhões brincaram o carnaval neste ano, segundo as prefeituras das duas
cidades.