O menino
Arthur Ramos Nascimento, de 2 anos, foi assassinado em Tabira, no Sertão de
Pernambuco, a cerca de 400 km do Recife. A polícia investiga o caso, registrado
no domingo (16). A criança deu entrada em um hospital com lesões por diversas
partes do corpo e não resistiu aos ferimentos. Os suspeitos de terem cometido o
crime são um casal que era responsável por cuidar da criança, disse a Polícia
Civil. Segundo a delegada Joedna Soares, Arthur ramos ficava sob os cuidados de
Antonio Lopes Severo, conhecido por “Frajola”, e Giselda da Silva Andrade.
Ainda de
acordo com a delegada, ambos tinham passagem pela polícia e já haviam sido
presos por envolvimento em crimes como tráfico e homicídio.
Como foi
a prisão?
Após cometer
o crime, a dupla fugiu da cidade e foi localizada em Carnaíba, outro município
do Sertão a 40 km de Tabira, local onde o crime ocorreu. Na noite da
terça-feira (18), durante uma ação das polícias Civil e Militar, ambos foram
presos na zona rural.
Enquanto
eram conduzidos para a delegacia de Tabira, moradores revoltados com o crime se
reuniram no trajeto e conseguiram tirar Antônio de dentro de uma das viaturas.
O homem foi linchado no meio da rua por diversas pessoas.
De acordo
com a polícia, ele foi levado para um hospital da cidade, mas não resistiu aos
ferimentos e morreu. Giselda foi levada para a delegacia.
Para onde
a mulher foi levada?
Giselda foi
levada para a delegacia de Afogados da Ingazeira, no Sertão, há 22 km de
Tabira. Ela passou por audiência de custódia e foi encaminhada para um
presídio. O local onde ela está presa não foi divulgado pela Polícia Civil.
O g1 também
tentou entrar em contato com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), mas
não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
A mãe
teve participação no crime?
Nas redes
sociais, Geovana Ramos, a mãe da criança, fez postagens afirmando que estava
viajando a trabalho e que não sabia que o casal agredia o filho. Ao g1, a
delegada Joedna disse que a mãe da criança não tem participação no crime porque
estava em outro estado.
"Eu não
abandonei meu filho, eu estava trabalhando...Eu errei em confiar nessas 'almas
sebosas'. Eu tenho provas de que estava em busca do sustento pro meu filho. A
culpa é deles e não minha, pelo amor de Deus, eu não tenho mais cabeça pra ler
comentários negativos”, afirmou Geovana nas redes sociais.
O que diz
a SDS sobre o linchamento?
A Secretaria
de Defesa Social de Pernambuco disse que a Corregedoria Geral tomou
conhecimento da ocorrência de linchamento. Um inquérito foi instaurado para uma
investigação preliminar para apurar a conduta dos policiais.
Após a
prisão, o casal estava sob custódia e era conduzido por um comboio. A Polícia
Civil também instaurou um inquérito para apurar o linchamento e identificar
quem participou da ação. Outras diligências seguem para total elucidação do
crime contra o menor de idade.
Qual a
motivação do crime?
A Polícia
Civil ainda não informou qual foi a motivação do crime. Ele foi registrado na
Delegacia de Tabira como violência doméstica e familiar.