A Polícia
Civil de Pernambuco prendeu na manhã desta terça-feira (3) parte de uma
quadrilha que usava informações postadas em redes sociais para chantagear e
extorquir pessoas de todo o Brasil. Os alvos eram, na maioria, moradores de
comunidades e favelas – que eram falsamente acusados pelos bandidos de serem
informantes da polícia e por isso eram ameaçados de morte. A quadrilha
extorquiu uma quantia estimada em R$ 1 milhão.
Segundo o
delegado Adyr Martens, da Delegacia de Paulista, no Grande Recife, os bandidos
exigiam transferência de dinheiro via PIX para contas bancárias que eram
emprestadas por esposas de presidiários e outras pessoas que “alugavam” as
contas para receber os valores.
“Eles
escolhiam, de preferência, pessoas de comunidades e alegavam que eram X-9
(delatores) e por isso deveriam pagar para preservar a vida. Não se importavam
se a pessoa vivia com pouca renda, ou se faria empréstimo para pagar o valor
exigido”, explicou o delegado.
Segundo Adyr
Martens, das 15 pessoas investigadas, seis foram presas nesta terça, inclusive
um ex-presidiário de 33 anos, condenado por homicídio e que estava em liberdade
desde 2023. Ele foi capturado em São Paulo e fazia parte de uma facção suspeita
de homicídios.
Também foi
presa uma mulher de 27 anos, que já foi acusada de tentar entrar num presídio
com um celular, por tráfico de drogas e por maus tratos e cárcere privado
contra idosos. Ela alegou inocência e disse que o ex-marido administrava sete
contas bancárias dela para realizar os golpes.
De acordo
com o delegado Adyr Martens, o que fazia as pessoas caírem no golpe era a
quantidade de detalhes que os bandidos conseguiam sobre o cotidiano delas. Mas
após observarem o que a quadrilha falava para as vítimas, a polícia percebeu
que todas as informações foram coletadas em redes sociais.
“As pessoas
colocavam informações pessoais demais nas redes sociais. Diziam detalhes da
vida, onde os filhos estudavam, que lugares frequentavam, onde trabalhavam e
moravam. Com uma breve leitura, eles sabiam muitos detalhes sobre a vida da
pessoa. Por isso a gente orienta para não publicar detalhes da vida pessoal na
internet. Quanto mais informações os bandidos conseguem arrecadar, mais
veracidade eles conseguem dar ao golpe e isso gera uma repercussão nas vítimas,
que acabam cedendo às chantagens”, alertou o delegado.
