SDS e PMPE prometem investigar agressões de dois policiais a uma mulher no município de Primavera
A Secretaria
de Defesa Social (SDS) e a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) se
pronunciaram, por meio de nota, sobre o caso Nadiane Kênia da Silva Ramos, de
25 anos, agredida por dois policiais militares no município de Primavera, na
Zona da Mata Sul do Estado. O episódio foi registrado por câmera de celular.
A
Corregedoria Geral da SDS informou que tomou conhecimento do vídeo através da
imprensa e que irá instaurar procedimento preliminar para identificar os
policiais militares em questão, além de apurar maiores informações sobre o
fato. Já a PMPE, por meio de nota, afirmou que que a corporação não concorda
com esse tipo de conduta e que vai investigar o comportamento dos policiais.
“Ratificamos
que este tipo de procedimento, agressivo, exagerado e desproporcional, não condiz
com a doutrina de abordagem policial, tampouco faz parte das orientações
repassadas pela corporação à sua tropa”, registrou a PMPE.
As agressões
a Nadiane ocorreram do lado de fora do Clube Municipal de Primavera, onde
estava sendo realizado um show. As imagens captadas mostram a mulher levando
socos e tapas no rosto, no meio da rua, em frente ao fórum de Primavera.
Nadiane
contou ao portal de notícias g1 que havia ingerido bebida alcoólica e estava
indo a pé para casa, na companhia do irmão, quando teve a sensação de que
estava sendo perseguida e se aproximou de uma viatura para pedir ajuda.
Ao falar com
os policiais, afirmou que havia sido companheira do sargento reformado da
Polícia Militar João José Soares (João da Kombi), de 61 anos, assassinado a
tiros na cidade, há um ano.
Segundo a
mulher, ela estava chorando por pensar que vinha sendo seguida por bandidos que
queriam matá-la. Ao se aproximar dos policiais e informar que era esposa de
João da Kombi, contou Nadiane, um dos policiais disse: “Não, você era a
rapariga!”, desceu da viatura e deu início às agressões.
Dentre
outras imagens, o vídeo, mostra um dos agentes dando socos e tapas na cabeça de
Nadiane, que, acuada, tenta se proteger com as mãos. Enquanto sofre as
agressões, ela acaba sendo empurrada na direção de outro policial, que dá um
tapa no rosto dela. A mulher contou, que além das agressões, os policiais
também jogaram spray de pimenta nos olhos dela, antes de entrarem na viatura e
ir embora.
Nadiane
perdeu boa parte do deste domingo (16), tentando registrar queixa da agressão,
mas só conseguiu no final da tarde. Primeiro, procurou a Delegacia de
Primavera, que estava sem delegado de plantão. Foi orientada, então, a procurar
a Delegacia de Vitória de Santo Antão, a mais de 60 quilômetros de Primavera; e
depois a de Gravatá, a 55 quilômetros de onde ocorreram as agressões.
Conseguiu
registrar a queixa na Delegacia de Gravatá e passou por exame de corpo de
delito na UPA do município. Para conseguir chegar a Gravatá, Nadiane,
acompanhada da mãe, da irmã e do padrasto, teve que alugar um carro.