Presidente da Petrobras, José Coelho, é demitido; Caio Paes é indicado

Empossado há 40 dias, o químico José Mauro Ferreira Coelho foi demitido do cargo de presidente da Petrobras nesta segunda-feira (23). Caio Mario Paes de Andrade é o indicado para substitituí-lo.
Formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, Caio Mario tem pós-graduação em Administração e Gestão pela Universidade Harvard e é mestre em Administração de Empresas pela Universidade Duke, ambas nos Estados Unidos.


Coelho tomou posse como presidente da Petrobras no dia 14 de abril — o químico foi o terceiro a ocupar o posto na estatal durante o governo Bolsonaro, depois de Joaquim Silva e Luna e Roberto Castello Branco.


O químico deixou o comando da estatal pelos mesmos motivos que seus antecessores: os reajustes feitos no preço dos combustíveis, que têm irritado Bolsonaro no ano em que o presidente busca a reeleição. No início deste mês, sob a chefia de Coelho, a empresa anunciou aumento de 8,8% do diesel nas refinarias — o litro passou de R$ 4,51 para R$ 4,91.


Bolsonaro é crítico da política adotada pela Petrobras, a PPI (Preços de Paridade Internacional), que faz com que o preço da gasolina, do etanol e do diesel acompanhe a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional.


Em sua primeira videoconferência realizada com acionistas, Coelho defendeu a atual política de preços dos combustíveis. "Não podemos nos desviar da prática de preços de mercado", disse o então presidente.


Recentemente, durante uma de suas lives semanais, Bolsonaro subiu o tom e afirmou que o lucro de R$ 44 bilhões obtido pela empresa no primeiro trimestre deste ano era um "estupro" e pediu que a estatal não fizesse reajustes.


O presidente recusou-se a comentar, em 15 de maio, uma eventual troca no comando da estatal e disse que a medida cabe ao ministro de Minas e Energia. "Pergunta para o Adolfo Sachsida. Ele é o ministro de Minas e Energia e trata disso. E eu deixo bem claro que todos os meus ministros, sem exceção, têm carta branca para fazer valer aquilo que acharem melhor para o seu ministério", disse.


Um dia depois, durante conversa com apoiadores, o presidente contou, sem dar mais detalhes, que tinha "mais coisa para acontecer" na estatal. "Eu faço a minha parte. Todo mundo tem que colaborar, não é ganhar mais dinheiro na crise. É o que infelizmente alguns setores fazem, como a própria Petrobras. 'Ah tem o estatuto.' O estatuto está acima da lei, não está acima da Constituição. Então, tem o fim social da empresa", defendeu.


Recentemente, o governo acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra as políticas estaduais para cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o diesel. O ministro André Mendonça, indicado à Corte por Bolsonaro, atendeu ao pedido de medida cautelar e derrubou as medidas tomadas pelos estados.


Na tentativa de driblar a rejeição de parte do eleitorado pela escalada dos preços dos combustíveis, o novo ministro de Minas e Energia, em sua primeira medida no cargo, pediu estudos para a privatização da Petrobras e do Pré-Sal. O ministro Paulo Guedes, da Economia, anunciou que dará andamento ao projeto, que, segundo ele, tem o objetivo de ampliar a concorrência no setor de combustíveis.


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